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Catarinense de 5 anos impressiona ao entrar para sociedade de alto QI: 'Leu sozinho antes dos 3 anos'

Published 2 weeks ago7 minute read

O mundo das letras, números e formas geométricas sempre despertou o interesse do pequeno Thomas. Com apenas 2 anos, ele impressionava a família ao memorizar as placas dos carros na garagem do condomínio onde moravam. Aos 3 anos, o garotinho lia perfeitamente sem gaguejar. Por apresentar essas habilidades extraordinárias para a sua idade, Thomas foi submetido a uma avaliação neuropsicológica, que confirmou a sua superdotação.

Menino entra para sociedade de alto QI — Foto: Arquivo Pessoal
Menino entra para sociedade de alto QI — Foto: Arquivo Pessoal

Em fevereiro deste ano, o pequeno foi convidado para participar da Mensa — sociedade que reúne pessoas com alto QI (Quociente de Inteligência). “Como mãe, fiquei muito orgulhosa ao receber o retorno positivo da Mensa. Afinal, estamos falando da maior e mais antiga sociedade mundial de alto QI”, disse a advogada Jaíne Pazetto Manke, de 32 anos, em entrevista à .

No entanto, a servidora pública, que mora em Blumenau (SC), destaca que o filho, apesar de ter altas habilidades, ainda é uma criança de 5 anos. “Ele consegue entender o que significa a Mensa, mas ainda não compreende a dimensão e importância do lugar que ele ocupa”.

Os sinais de superdotação costumam aparecer já nos primeiros anos de vida das crianças e com Thomas não foi diferente. Com 2 anos, o pequeno começou a perguntar o que estava escrito em placas, anúncios e embalagem e já conseguia soletrar as letras. “Um dia, ao passarmos pela garagem do nosso prédio, ele começou a dizer: o QBY não está, o ASD não está. Até que entendemos que ele referenciava as placas de carros que, naquele momento, não estavam estacionados”, a mãe lembrou.

O garotinho também era apaixonado pelos livros e sempre se empolgava com os momentos de leitura. As histórias apresentaram Thomas ao alfabeto. Com o tempo, ele já dominava os fonemas (sons representados pelas letras) e deu um importante passo na alfabetização: “Ele simplesmente começou a ler sozinho antes mesmo de completar 3 anos”, contou Jaíne.

Thomas tem apenas 5 anos — Foto: Arquivo Pessoal
Thomas tem apenas 5 anos — Foto: Arquivo Pessoal

Outro marco importante foi durante a Copa do Mundo de 2022, quando o pai deu um álbum de figurinhas das seleções a ele. “Thomas ficou apaixonado. Passamos a comprar e trocar figurinhas e, com isso, surgiu seu interesse sobre as bandeiras dos países. Rapidamente, ele sabia dizer de qual país era cada bandeira que tinha no livro da Copa”, a mãe lembrou.

Atualmente, o pequeno reconhece todas as bandeiras do mundo e sabe listar os países na ordem de extensão territorial, do menor até o maior. “Exatamente todos os 193 países. Do menor ao maior. É impressionante”, reforçou Jaíne. O pequeno também tem fascínio pelo sistema solar, sabendo conversar sobre todos os planetas, suas características, extensão, luas que cada um possui e até mesmo características de planetas que não compõem de fato o sistema solar.

Thomas também está antenado com o que está sendo noticiado no Brasil. Com a alta do café, ele começou a se interessar pelo assunto e, hoje, consegue discorrer quais são os 10 maiores produtores de café do mundo.

Ao perceber que o filho poderia ter altas habilidades, a advogada buscou auxílio profissional. Com 5 anos, Thomas foi submetido a uma avaliação com a neuropsicóloga Lilian Frossard. Segundo a profissional, a princípio, seria feito o rastreio de três principais áreas que indicam o perfil de altas habilidades: funções cognitivas, capacidade criativa e o comprometimento com todas as tarefas e atividades que estariam sendo propostas.

Ao longo do processo, a profissional também avaliou o nível de excelência das atividades realizadas, assim como questões comportamentais e de interação social. No total, foram 10 encontros, incluindo avaliações, testes e conversas. O trabalho também envolveu a participação da escola por meio de uma reunião com a coordenadora pedagógica e a professora.

Thomas com a mãe — Foto: Arquivo Pessoal
Thomas com a mãe — Foto: Arquivo Pessoal

Após todo o processo, a condição de superdotação e altas habilidades foi confirmada. “Não só por conta do seu QI (que foi medido por meio de dois testes considerados padrão ouro para esse rastreio), um deles apontou QI 130 e o outro QI 135, mas também pela forma não convencional como ele executou algumas operações, como cálculos mentais complexos em poucos segundos, a montagem de elementos gráficos também muito complexos (que usam a visoconstrução) e até mesmo a capacidade de raciocínio lógico”, a mãe explicou. Sua capacidade de memorização também foi um dos destaques no teste. Segundo a neuropsicóloga Lilian, para chegar ao diagnóstico de superdotação, é necessário levar três critérios fundamentais: QI acima de 130, criatividade e comprometimento com a própria avaliação.

Após receber o laudo confirmando a superdotação de Thomas, a família o inscreveu para participar da Mensa. “A própria organização aplica teste de QI pelo Brasil, nos quais você pode se inscrever para participar, ou, se você possui um teste de QI realizado por profissional competente e esse teste consta na lista de testes validados pelo Mensa, você pode encaminhar o laudo com pedido de análise para os especialistas”, a mãe relatou.

Como o teste do pequeno era aceito, a família encaminhou o laudo em novembro do ano passado e, no último mês, a instituição convidou o garotinho para se tornar membro da Mensa. “A Mensa passou a fazer parte da nossa vida muito recente, ainda estamos buscando auxílio e informações para entender tudo que a organização poderá nos proporcionar e auxiliar. De modo geral, ela tem como missão identificar e fomentar a inteligência humana para benefício da sociedade, incentivar pesquisas sobre a natureza, características e usos da inteligência e fornecer um ambiente intelectual e socialmente estimulante para seus membros”, disse a mãe.

Apesar de suas altas habilidades, Thomas vive uma vida de uma criança de 5 anos que está no último ano da educação infantil. Foi cogitado o avanço para o Ensino Fundamental, no entanto, a família decidiu mantê-lo na mesma escola. “Para que ele continue tendo o que achamos primordial: a leveza de ser apenas uma criança e as relações e laços criados com seus amigos”, afirmou Jaíne.

Para o próximo ano, a família diz que o principal desafio será o início do Ensino Fundamental. “Estou confiante de que iremos encontrar o espaço ideal para o Thomas poder ser incluído, porque no fim é isso, uma questão de inclusão. Que ele seja incluído, se sinta acolhido e pertencente ao meio escolar em que viver. Que estreite laços com amigos e que seja feliz, estimulado e desafiado”.

Thomas com a família — Foto: Arquivo Pessoal
Thomas com a família — Foto: Arquivo Pessoal

Thomas também faz acompanhamento psicológico semanal. “Precisamos estar constantemente atentos na questão isolamento social, porque o superdotado pode se sentir não pertencente ao meio que vive, pois muitas vezes tem assuntos e gostos diferentes de crianças da mesma idade”, Jaíne explicou. “O emocional do portador de superdotação tende a ser mais aflorado. Eles sentem mais e externam essa emoção de forma mais aguçada, o que muitas vezes, em criança, até pode ser confundido com birra”.

Felizmente, o pequeno encontra apoio tanto em casa como na escola. “Lembro da coordenação remeter que em determinado trabalho, em que as crianças tinham que colar lantejoulas em um desenho, desafiaram o Thomas a contar quantas lantejoulas ele conseguia colar e ele ficou muito empolgado! A escola oferta atividades mais avançadas para ele, visando desafiá-lo ao diferente, ele adora!”, disse a mãe.

Ela também destaca que crianças superdotadas possuem direitos previstos em lei, como o de ter um PEI (plano educacional individualizado), em que o professor, diante das habilidades da criança, faz um planejamento diferente.

Quanto à interação com outras crianças, até o momento, Thomas não enfrentou problemas para fazer amigos. “Eu inclusive recebo vários elogios dele na escola, de quão solicito ele é com os amigos, buscando ajudá-los nas atividades em que possuem dificuldade. Torço para que ele nunca perca essa essência”, Jaíne ressaltou.

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