Log In

7 erros comuns dos pais que podem criar adultos ansiosos

Published 3 weeks ago5 minute read

A ansiedade tem se tornado uma preocupação cada vez maior para as novas gerações. Inclusive, um estudo publicado na revista médica JAMA Pediatrics aponta que houve aumento de 29% nos casos de crianças diagnosticadas com ansiedade os anos de 2016 e 2020.

Nenhum pai ou mãe quer que os filhos cresçam ansiosos, mas mesmo sem perceber, algumas atitudes podem contribuir para que as crianças se sintam mais ansiosas na infância e na vida adulta.

Ansiedade — Foto: Freepik
Ansiedade — Foto: Freepik

"Quando as pessoas, começam a criar pensamentos excessivos, entram em exaustão mental, podendo gerar de sofrimentos psíquicos a total sentimento de inadequação à vida", explica Andréa Vicente Barreiro, psicóloga formada em terapia familiar sistêmica. Mônica Caldas, psicopedagoga e coordenadora pedagógica da escola MiniMe Educação Infantil (RJ), acrescenta que as crianças que sofrem de ansiedade podem apresentar sintomas como insônia ou pesadelos frequentes. "Consequentemente, gera irritabilidade e desatenção, o que pode dificultar a manter o foco, impactando o aprendizado", afirma.

A ansiedade elevada também pode levar a isolamento e dificuldade de fazer amizades. "Pode acarretar em tristeza e desmotivação e, em casos mais graves, aumentar o risco de depressão na adolescência e na vida adulta", diz Mônica Caldas. Além disso, a especialista explica que aproximadamente 30% das crianças ansiosas apresentam sintomas como dor de cabeça e de estômago sem causa médica aparente.

A boa notícia? Sempre é tempo de ajustar o caminho e fortalecer a relação com mais carinho e respeito. Para evitar esses impactos, é fundamental que os adultos saibam identificar quais comportamentos podem causar ansiedade nos filhos. Para ajudar, as especialistas selecionaram 7 atitudes dos pais que podem ser prejudiciais e indicaram o que fazer no lugar para criar um ambiente equilibrado. Confira!

Os filhos que convivem com pais ansiosos tendem a se identificar com esse tipo de comportamento também. Isso ocorre porque as crianças absorvem os padrões emocionais dos pais e aprendem a lidar com o mundo de forma ansiosa.

: buscar ajuda psicológica. Se melhorar como pessoa, ter autoconhecimento e oferecer a sua melhor versão ao filho é uma ótima forma de cuidar da saúde mental, tanto a sua quanto a das crianças.

Presenciar brigas entre o casal ou ser exposto às dificuldades da família, seja de ordem financeira ou de saúde, pode gerar insegurança para a criança. A partir disso, cresce um desejo de ajudar a resolver, assumindo responsabilidades que não são suas. Dessa forma, o filho entra em quadro ansioso.

nunca aja de forma agressiva com seus filhos ou na presença deles e não os exponha às dificuldades que a família possa estar enfrentando. As crianças não devem lidar com questões do casal. Se acontecer, busque se acalmar, se afaste da criança, a distraia com outra brincadeira e, se possível, resolva o problema em outro momento quando o filho não estiver por perto.

Impor sua verdade ao filho e não respeitar as opiniões deles é outro erro comum dos pais. Uma criação sem conversa é um grande equívoco. Pais que não possuem disponibilidade de trocar experiências podem gerar filhos ansiosos por não conseguir nutrir a personalidade deles.

: ouvir o filho em sua verdade, respeitando sua individualidade, já que os pais devem orientá-los e não cortar suas asas. Favoreça um diálogo sincero e transparente, crie vínculo afetivo e segurança emocional pelo exemplo através da troca de experiências.

O uso excessivo de telas é um dos principais causadores de ansiedade. Crianças expostas a mais de 2 horas diárias de telas podem maiores níveis de ansiedade e dificuldades de regulação emocional. Além disso, a exposição prolongada pode afetar o desenvolvimento da atenção e do sono.

É preciso ter um cuidado especial com as redes sociais. Uma pesquisa recente publicada no Journal of Adolescent Health apontou que adolescentes que passam mais de três horas por dia em comportamentos sedentários, como uso de telas, apresentam maior risco de sofrimento psicológico no futuro. Além disso, o TikTok, por exemplo, possui um formato de vídeos curtos que pode prejudicar a capacidade de foco e paciência.

evitar telas e limitar o uso conforme a idade, seguindo a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria: no máximo 1 hora diária entre 2 e 5 anos e até 2 horas diárias após os 6 anos, sempre com supervisão e conteúdos adequados.

Para evitar que as crianças fiquem estressadas ou ansiosas pela falta das telas, é importante estimular atividades lúdicas, como incentivar brincadeiras ao ar livre, jogos de tabuleiro, leitura e atividades criativas. Crianças que passam mais tempo em interações presenciais apresentam melhores habilidades sociais e emocionais.

Muitos pais têm rotinas corridas e ficam boa parte do dia fora de casa. Para compensar, podem comprar presentes por não conseguirem passar tempo de qualidade com os filhos. Mas, isso pode gerar crianças com dificuldades de regulação emocional, além de reforçar um padrão de satisfação imediata.

as crianças precisam de pelo menos 30 a 60 minutos diários de atenção plena dos pais para criar vínculos saudáveis. Isso significa estar presente sem distrações, como celular ou TV. Ter refeições juntos sem interferência de telas, criar momentos diários de conversa e planejar atividades em família ajuda a fortalecer os laços e reduzir a ansiedade infantil.

Quando a rotina é muito acelerada, sem tempo para diálogos e atividades espontâneas, o estresse aumenta. Crianças que têm mais de quatro atividades extracurriculares por semana apresentam níveis elevados de estresse e fadiga mental, devido à sobrecarga de compromissos.

: não lote a agenda dos filhos. Eles precisam de pelo menos 1 hora por dia de brincadeiras livres, sem estrutura rígida ou atividades dirigidas, para estimular a criatividade e a autorregulação emocional.

A cobrança precoce para ter sucesso pode aumentar os níveis de ansiedade e frustração. Crianças precisam de tempo para explorar o mundo de forma natural, sem pressão para "produzir" ou "monetizar" habilidades.

: elogie o esforço, não só o resultado. É fundamental que os pais avaliem se as expectativas que colocam sobre os filhos são baseadas no que a criança deseja ou no que eles gostariam de ter vivido. Um ambiente sem essa pressão favorece o desenvolvimento emocional saudável.

Origin:
publisher logo
Crescer
Share this article:

Recommended Articles

Loading...

You may also like...

We use cookies!

Hi, this website uses essential cookies to ensure its proper operation and tracking cookies to understand how you interact with it.