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9 respostas sobre como apresentar um novo namorado(a) para os filhos

Published 2 weeks ago5 minute read

Passar por um divórcio é desafiador e pode se tornar ainda mais difícil quando há crianças envolvidas. Conforme o tempo passa, as feridas vão cicatrizando, uma nova vida começa e... pode ser que você se apaixone novamente. E como ficam os filhos, nessa equação?

Introduzir um novo companheiro (a) na vida deles pode ser complicado. Alguns criam expectativas demais, enquanto rejeitam a pessoa, temendo que ela queira tomar o lugar de seu pai ou de sua mãe. Há ainda quem acabe se retraindo, sem falar o que sentem. Enfim, é uma situação delicada.

Existe o momento certo para apresentar seu novo parceiro (a) para o seu filho, depois de um divórcio? — Foto: Freepik
Existe o momento certo para apresentar seu novo parceiro (a) para o seu filho, depois de um divórcio? — Foto: Freepik

Para ajudar pais e mães que estejam passando por esse momento, pensando se é hora ou não de apresentar o novo parceiro à família, conversamos com a psicóloga Desirée Cassado, mestre pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da The School of Life (SP). Confira as dicas!

Não existe um “momento ideal”, que funcione para todas as famílias. O mais importante é perceber se a criança já entendeu e aceitou a separação. Se ela ainda tem esperança de que os pais voltem ou está passando por um período de instabilidade emocional, pode ser melhor esperar um pouco mais. Além disso, o relacionamento precisa estar consolidado. As crianças criam laços rapidamente e, se a relação ainda for instável, apresentá-las a um novo parceiro pode gerar mais confusão do que segurança. Não é sobre esconder, mas proteger de mudanças bruscas e desnecessárias.

Mais importante do que o tempo, é avaliar a qualidade da relação: essa pessoa é confiável? Existe respeito e maturidade na forma como vocês se relacionam? Seu parceiro entende que conhecer a criança significa assumir um compromisso maior, mesmo que não seja no papel de pai ou mãe? Antes de trazer alguém para a vida do seu filho, é essencial ter segurança sobre a presença dessa pessoa na sua própria vida.

Cada criança reage de um jeito às mudanças. Algumas lidam bem, outras precisam de mais tempo. Se ela ainda fala muito sobre a reconciliação dos pais ou demonstra insegurança na rotina, talvez não seja a hora certa. Por outro lado, se já entende a separação e está emocionalmente estável, a conversa pode acontecer de maneira mais natural. A criança não precisa estar “pronta” no sentido de aceitar imediatamente, mas deve estar emocionalmente segura para lidar com essa novidade.

Muitas vezes, focamos na criança, mas o parceiro também precisa estar confortável. Conhecer o filho do outro não pode ser uma formalidade ou uma pressão do relacionamento, mas um passo dado com consciência e respeito. É importante saber se a pessoa entende que a criança já tem uma história e um vínculo com os pais e se está disposta a se aproximar sem atropelar os limites da criança. A conversa deve ser franca desde o início, para evitar expectativas irreais.

É completamente normal. A ideia de ocupar um espaço na vida de uma criança pode ser desafiadora para algumas pessoas. O mais importante é entender de onde vem esse receio. É medo de não ser aceito? Insegurança sobre o futuro da relação? Falta de experiência com crianças? O tempo da outra pessoa precisa ser respeitado e forçar um encontro pode tornar tudo mais desconfortável. O ideal é que a apresentação aconteça quando ambos — parceiro e criança — estiverem preparados para isso.

A primeira etapa é tornar o assunto natural. A criança precisa entender que é normal os pais conhecerem novas pessoas e que isso não muda o amor que sentem por ela. O nome do parceiro pode ser mencionado antes de o encontro acontecer, para que a criança não sinta que é uma surpresa ou uma obrigação. Quando a conversa acontecer, ela precisa ser clara e honesta, respeitando a idade da criança. O ideal é dizer algo como: “Tem uma pessoa especial para mim e que eu gostaria que você conhecesse. Não precisa ter pressa, vamos no seu tempo”.

O mais importante é que a apresentação aconteça de forma leve e sem grandes expectativas. Um lugar neutro, como um passeio ou um lanche, pode ser uma boa opção para que o primeiro contato seja mais natural. Algumas crianças podem preferir o conforto de casa, desde que o ambiente seja tranquilo. O que deve ser evitado é criar um grande evento ou fazer pressão para que a criança interaja de imediato. Quanto menos cobranças e expectativas, mais chances de a relação se construir de forma saudável.

A comunicação é essencial. A criança precisa ouvir, de forma direta, que ninguém substituirá seu pai ou sua mãe. O novo parceiro pode ser uma pessoa querida e presente na vida dela, mas isso não significa que os laços antigos serão rompidos. Manter o contato regular com o outro genitor, respeitar esse espaço e evitar comparações são atitudes que reforçam essa segurança. Se a criança sentir que seus sentimentos estão sendo respeitados, ela terá mais facilidade para aceitar a nova dinâmica.

A criança não precisa gostar imediatamente do novo parceiro - e isso precisa ser respeitado. O importante é criar um ambiente onde ela se sinta à vontade para expressar seus sentimentos e estabelecer um vínculo, a seu tempo. O parceiro, por sua vez, deve entender que tem o papel de um adulto de referência e não de um substituto do pai ou da mãe. A convivência precisa ser construída com respeito e empatia, e o limite essencial é o respeito mútuo: a criança não é obrigada a amar o parceiro, mas deve tratá-lo com educação, assim como o parceiro deve respeitar o espaço e o tempo da criança.

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