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Shaikha Al Nowais se torna primeira mulher a liderar ONU Turismo | Exame

Published 1 day ago4 minute read

"O não pode continuar consumindo sem devolver. Vou implementar modelos que protejam os ecossistemas enquanto expandem as oportunidades", disse Shaikha Al Nowais em entrevista exclusiva à EXAME, após fazer história ao ser eleita na sexta-feira, 30, como a a liderar a ONU turismo em 50 anos -- desde a criação da organização.

Natural dos Emirados Árabes Unidos, ela assume o cargo de de janeiro de 2026 a 2029, substituindo a atual gestão comandada pelo georgiano Zurab Pololikashvili.

Shaikha traz duas décadas de experiência no setor privado, onde construiu negócios de . Atualmente vice-presidente corporativa de relações com proprietários da Rotana, uma das principais redes hoteleiras do Oriente Médio e África, ela liderou projetos de alto impacto focados em lucratividade e transparência.

Formada em Finanças pela , ela também preside o Grupo de Trabalho de Turismo da Câmara de Comércio de e atua nos conselhos do Conselho de Mulheres Empresárias.

Sua candidatura é simbólica não só pela na organização internacional de alto nível, como pelo seu olhar pragmático de mudança do , se propondo a atuar pela regeneração, inclusão e adaptação frente aos desafios da

Sobre os desafios de liderar como mulher, Shaikha lembrou sua trajetória e disse que já colheu muitos frutos. "Podemos entregar os resultados e criar o impacto necessário."

A aprovação formal de sua nomeação será realizada numa  em novembro, na Arábia Saudita. O aconteceu na Espanha e foi presidido pelo ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, com a participação de 35 países.

Um publicado neste mês de maio aponta que viajaram internacionalmente nos primeiros três meses de 2025, 14 milhões a mais do que o mesmo período do ano anterior.

Com uma tendência de alta, os membros da organização lançaram áreas-chave para construir um setor 

“Nos últimos oito anos, adotamos uma visão transformadora e colocamos o turismo na vanguarda da agenda global para aumentar sua ", destacou o atual secretário-geral Zurab Pololikashvili, em comunicado. 

Neste cenário, o é uma necessidade alia conservação da natureza e das culturas locais com desenvolvimento, ao gerar para as regiões.

No ano  em que a será sediada em Belém do Pará, o Brasil está no centro da estratégia da nova liderança de Shaikha.

"É fundamental explorar os potenciais da biodiversidade e trabalhar no que é mais atrativo para os turistas. É uma mensagem para o mundo sobre como o país se posiciona quando se trata de ", disse a executiva.

O é uma das principais fortalezas da Em 2024, o segmento movimentou R$ 207 bilhões e bateu um recorde histórico, segundo levantamento da FecomercioSP baseado em dados do IBGE.

Já quando se trata de , 25,5 milhões de visitantes exploraram as no ano passado. O destaque foram os parques nacionais, que receberam 12,5 milhões de pessoas.

O novo estudo anual da Booking reforça o cenário de alta: 83% dos turistas do país desejam que seus gastos em viagens sejam revertidos para beneficiar as comunidades locais nos destinos escolhidos. 

Para Shaikha, há uma transformação em curso. "Os turistas passam a considerar atributos sustentáveis e estão mudando seu comportamento", destacou.

Para expandir a atuação no Brasil, a ONU Turismo também inaugurou este ano um escritório no Rio de Janeiro, que apoiará ações nas Américas.

Entre as ações que pretende colocar em prática, a nova conta que planeja criar "incentivos, isenções fiscais e reduções para todos os desenvolvedores que integrem ou implementem " - uma abordagem que usa para acelerar mudanças em todo o setor.

Em relação à sua visão é democratiza-la cada vez mais.

"A deve ser feita para que uma iniciativa na Romênia ou Bósnia possa acessar os mesmos recursos que uma empresa em Paris. O futuro não é sobre dispositivos tecnológicos, é sobre dar acesso", disse.

Segundo a executiva, a experiência da pandemia de Covid-19 em 2020 foi um marco no setor e mostrou que o mundo não estava preparado para lidar com os "desafios das incertezas". Por isso, ela aposta na adaptação para que possamos nos preparar para adversidades rumo a um

Shaikha pretende trabalhar em três pilares: que restaure ecossistemas e fortaleça comunidades locais; que democratize tecnologias avançadas; e da organização para representação mais plural e interseccional.

A proposta também inclui uma abordagem descolonial, em defesa dos direitos de e lideranças locais.

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